Actividades Online

Ilha dos Amores: uma Viagem filosófico-meditativa pelos arquétipos da cultura luso-galaico-portuguesa

Sessões orientadas por Paulo Borges

Curso Online

20 e 27 de Maio, 3, 10, 17 e 24 de Junho e 1 de Julho das 19 às 21:30

Convido-vos para um percurso diferente por alguns dos fundamentais arquétipos mito-simbólicos da cultura luso-galaico-portuguesa, no qual se explorarão os seus vários níveis de significado em relação com a nossa experiência pessoal e o sentido profundo das nossas vidas.

O objectivo não é a mera aquisição de conhecimento intelectual e exterior, mas a experiência de como os temas mito-simbólicos mais marcantes e recorrentes da nossa cultura ancestral são portais conducentes à descoberta de quem realmente somos e ao nosso pleno florescimento humano, para o bem da Terra, do cosmos e de todos os seres.

Visa-se resgatar a profundidade da cultura luso-galaico-portuguesa – o que Eduardo Lourenço chamou o seu “fundo silencioso” ou “silenciado” – do seu encobrimento, quer pela cultura global alienante, quer pelo seu desconhecimento por nós próprios, mostrando como nela se encerram intuições e ensinamentos profundos com um sentido actual e universal.

Esta Viagem é um regresso às raízes e mensagens da nossa ancestralidade, evidenciando como a sua ignorância nos empobrece e diminui e como o aprofundamento das suas narrativas e imaginário tradicionais nos permite aceder ao que é intemporal e cósmico, enriquecendo e regenerando a nossa vida individual e colectiva no presente e abrindo novos caminhos futuros.

As sessões terão um cunho fortemente experiencial, com momentos de exposição, reflexão, meditação e partilha de experiências, tendo como suporte textos de apoio e um grupo facultativo de debate e partilhas no WhatsApp.

Serão propostos exercícios semanais de reflexão e meditação baseados nos temas de cada sessão.

Programa

  • O “fundo silencioso” ou “silenciado” da “cultura portuguesa” (Eduardo Lourenço). O espírito dos nomes do lugar: Oestrímnia, Ophyussae, Lusitânia, Portugal ou o êxtase extremo-ocidental e finistérreo, a Terra das Serpentes (a relação com O Caminho da Serpente, de Fernando Pessoa), a libertação dionisíaca e a Terra da Deusa ou de Santa Maria.

 

  • Os petróglifos pré-históricos galaico-portugueses: a espiral, os círculos concêntricos da consciência em expansão e a meditação neles inspirada. A espiral da evolução do ser em Antero de Quental. As mouras encantadas, o beijo da serpente e o ouro: uma tradição popular de iniciação ao despertar da consciência.

 

  • O simbolismo das viagens marítimas à ilha paradisíaca: Da Navegação de São Brandão e do Conto de Amaro à Ilha dos Amores e às Ilhas Afortunadas na Mensagem de Fernando Pessoa. A matriz celta deste imaginário e o seu influxo nos Descobrimentos. A partida em busca das “Índias espirituais”, “que não vêm nos mapas”, e a Renascença portuguesa-europeia em Fernando Pessoa. A viagem da consciência pelo oceano dos possíveis, a conjunção erótica masculino-feminino e a visão divina e holística do mundo.

 

  • O sentido espiritual e simbólico do texto português da Demanda do Santo Graal: desencobrir a fonte encoberta de todos os bens. O que é ver o Graal e por que razão o primeiro a vê-lo é quem o busca sem escudo? O Graal, o caldeirão celta da abundância e o Espírito Santo. Viver em Demanda e Aventura.

 

  • A profecia do “bom Rei Encoberto”, da iluminação e pacificação do mundo e do Quinto Império: do mito de Ourique, Bandarra e Padre António Vieira a Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. A pedra que derruba a estátua antropomórfica e se converte na montanha que enche a Terra no sonho de Nabucodonosor. A descontinuidade, ruptura e actualidade do Quinto Império na presente crise ecológica. Será a natureza ou a consciência o Messias e cada um de nós Dom Fuão (Fulano), o Rei/Rainha encoberto?

 

  • O destino de Portugal: “sermos tudo”, o sincretismo trans-religioso e a missão de construir “o supra-Portugal de amanhã” (Fernando Pessoa). A visão pessoana de Portugal como “rosto” da Europa a contemplar o oceano: o mistério do finisterra ocidental como lugar de morte e ressurreição.

 

  • O simbolismo dos três momentos do culto popular do Espírito Santo: libertação de presos, banquete gratuito comunitário e coroação da criança como Imperatriz ou Imperador do Espírito Santo. Da Rainha Santa Isabel e da influência de Joaquim de Flora à interpretação de Agostinho da Silva e à sua interiorização meditativa.

 

  • A Saudade, das cantigas de amigo a Teixeira de Pascoaes, passando pelo panpsiquismo de Antero de Quental, Guerra Junqueiro e Sampaio Bruno. Do amor na ausência à memória-desejo da reintegração de todos os seres na divindade. A Saudade como Virgem-Mãe de um novo Deus infante e a nova religião, unindo Jesus e Pã. A saudade que transcende tudo: “O homem, o próprio mundo passará, / Mas a Saudade é irmã da Eternidade” (Pascoaes).

 

Conclusão: Descobrir a Ilha dos Amores em si e no mundo, viver plenamente e tornar-se contagioso (Agostinho da Silva).

VALOR

90 € – Concessão
110 € – Adequado
130 € – Patrocínio

Uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva. Contacte-nos.

 

INSCRIÇÃO

  • A inscrição deve ser feita através do formulário do Zoom constante do botão abaixo.
  • O pagamento deve ser feito da forma que consta do email de confirmação de inscrição, que receberá após a conclusão da mesma.

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